Após máquina de coxinha, empresa cria equipamento que faz brigadeiro


Produto enrola e passa no confeito 3.000 doces por hora.
Fábrica vende 1,5 mil máquinas de fazer massas, doces e salgados ao ano.


Após fazer sucesso com a criação da máquina que faz doces e salgados
como coxinhas, o empresário Gilberto Poleto, dono da fábrica Bralyx, agora investe nos docinhos, com uma máquina de fazer trufas, beijinhos e brigadeiros.

Com capacidade de produzir 3.000 unidades de 30 gramas por hora, o equipamento foi desenvolvido para pequenos comércios, como padarias e cafés, ou até mesmo para autônomos que produzem os quitutes em casa para eventos ou festas. O preço médio do produto é de R$ 40 mil.

“Detectamos que tantos essas empresas quanto esse pessoal que faz chocolate, trufa em casa, vinha pedindo uma máquina para atender a demanda maior de supermercados, festas”, explica Poleto.

De acordo com o empresário, a máquina não faz a massa do brigadeiro – para isso, a empresa possui outro equipamento –, mas enrola e passa o confeito no doce. “Ela faz a bolinha, que cai dentro de uma mesa giratória. O brigadeiro já cai em cima do chocolate granulado. O beijinho já cai em cima do coco ralado”, explica.
A empresa levou seis meses para desenvolver o produto, com um investimento de R$ 300 mil. Segundo ele, já há 20 encomendas da mercadoria, com as primeiras entregas previstas para daqui a 60 dias.
Gilberto Poleto afirma que máquina já deixa o brigadeiro confeitado (Foto: Divulgação)Gilberto Poleto afirma que máquina já deixa o
brigadeiro confeitado (Foto: Divulgação)
A Bralyx existe desde 1993. Além das máquinas de fazer salgados e brigadeiros, a empresa tem ainda aparelhos para o preparo das massas dos alimentos (como a massa e o recheio da coxinha ou creme do brigadeiro), para fazer empanadas, suspiros e macarrons - alguns desenvolvidos com projetos de fora ou em parcerias.
Cada máquina pode ser usada para mais de um tipo de produto, dependendo da consistência da massa. Por exemplo, o equipamento de fazer brigadeiro também pode ser usado para enrolar bolinho de carne. Para atender melhor a cada necessidade é que são desenvolvidos novos itens.
“A formadora de salgados tem certa dificuldade para trabalhar com chocolate (...), começa a quebrar o produto. A trufa, por exemplo, fica pesado para operar, amassa e quebra. Essa [a nova máquina], em vez de infusão, trabalha por pressão. A massa entra dentro de um recipiente, vai para uma catraca que vai empurrar o produto, é muito mais sutil”, revela o empresário.

De acordo com Poleto, a máquina de fazer salgadinhos é o carro-chefe – são vendidas 1.000 ao ano (os preços variam de R$ 22 mil a R$ 95 mil). Somando os outros produtos, no total, a empresa vende aproximadamente 1,5 mil equipamentos ao ano. O crescimento anual do faturamento tem sido de 30% a 40% nos últimos cinco anos. A expectativa é manter a porcentagem em 2012.

A empresa também exporta para 28 países e tem um escritório na Inglaterra.
Empresa vende cerca de 1.000 máquinas de fazer coxinha ao mês (Foto: Reprodução/TV Globo)Empresa vende cerca de 1.000 máquinas de fazer
coxinha ao ano (Foto: Reprodução/TV Globo)
“Nossas máquinas permitem fazer uma gama de produtos grande. Tudo que seja um bolo recheado eu posso formatar. Em bolinha, em travesseirinho. Vende para árabes fazerem quibe. Para os italianos fazerem arancini (bolinho de arroz). Dá para fazer churros... Os países têm suas peculiaridades de produtos”, afirma.
As exportações, iniciadas há cinco anos, representam 8% do faturamento atualmente. “Queremos chegar a 30%, 40% nos próximos cinco anos, dependendo a politica cambial. O dólar tem que chegar a R$ 2,40”, avalia.

A própria máquina de fazer brigadeiro surgiu da demanda italiana pelos bolinhos de arroz, afirmou Poleto, tendo em vista que era necessário um equipamento que enrolasse a massa sem amassar os grãos. A partir daí, o empresário percebeu que o equipamento atendia também a demanda para o tradicional doce brasileiro.

“A grande fortaleza desse mercado é o nascimento da nova classe média que necessita de produtos desse tipo. O brasileiro gosta de salgadinho. Se você vai num bar nobre, num restaurante de alto padrão, eles vendem salgadinhos e o pessoal come de joelhos. Da mesma forma que o camarada que chega na padaria do bairro também come a coxinha”, avalia o empresário.


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