Teste de sangue revela sexo de bebê com 7 semanas de gravidez


FOTO: PEDRO SILVEIRA
Novidade. Teste analisa o DNA fetal encontrado no sangue da mãe e consegue gerar resultados seis semanas antes de um ultrassom
Nova York, EUA. De acordo com um novo estudo, um teste simples que pode revelar o sexo do bebê com apenas sete semanas de gravidez é altamente confiável, se utilizado corretamente. Segundo especialistas, a descoberta pode ajudar na jornada de pais preocupados com doenças genéticas determinadas pelo sexo do bebê e mesmo àqueles que são meramente curiosos, ou pessoas que consideram a prática controversa da escolha do sexo do bebê - a chamada sexagem.

A novidade do teste, que analisa o DNA fetal encontrado no sangue da gestante, é o fato de gerar resultados seis semanas antes de um ultrassom, além de ser um processo não invasivo, diferentemente outros exames acompanhados por pequenos riscos de aborto, como a amniocentese.

Os testes já estão disponíveis há alguns anos no mercado norte-americano, tanto em drogarias quanto online, mas seu uso sempre foi limitado porque a precisão não era clara. De fato, uma empresa que, no rótulo do produto, garantia 99,9% de certeza com apenas cinco semanas de gravidez faliu após ser processada por várias mulheres cujos testes mostraram um sexo, mas tiveram bebê do outro.

Médicos na Europa utilizam os testes rotineiramente para ajudar os futuros pais que têm riscos de herança de doenças genéticas raras, assim determinando se o bebê precisa de testes mais caros e invasivos. A distrofia muscular de Duchenne, por exemplo, afeta apenas garotos.
Portanto, se o feto for do sexo feminino, não há necessidade de realizar outros exames. Nos Estados Unidos, porém, os médicos não recomendam a utilização dos testes por ainda não serem certificados pelo governo federal.

O estudo, publicado no periódico científico da American Medical Association, analisou 57 pesquisas em DNA fetal - que envolviam cerca de 6.500 gestações - e descobriu que testes cuidadosamente realizados poderiam determinar o sexo do bebê com uma variação de 95% de certeza com sete semanas a 99% com 20.

Para Louise Wilkns-Haug, diretora de medicina fetal e genética reprodutiva no Womens’s Hospital em Boston, é preciso que os pais tenham cuidado. Para a médica, que não participou da pesquisa, as pessoas precisam se assegurar de que os laboratórios comprovam a precisão com números.

Outra preocupação com relação aos exames é a possibilidade de mulheres abortarem por escolha de sexo. Vários dos fabricantes não vendem os produtos na China, onde bebês do sexo masculino são mais valorizados. Um estudo publicado recentemente na revista "Prenatal Diagnosis" aponta taxas absurdas de natalidade masculina que sugerem a existência de seleção de sexo pré-natal em grupos de norte-americanos descendentes de asiáticos.

Os exames de sexo de bebês fazem parte de uma nova era de testes de DNA fetal que podem ser usados para desde a determinação da paternidade e do tipo sanguíneo, até para verificar a possibilidade da existência de doenças genéticas no feto, como a síndrome de Down.

Traduzido por Luiza Andrade

CONTROLE
Cresce a diferença na China
Segundo dados do Censo chinês, em 1982, a taxa de natalidade era de 1,08 bebê do sexo masculino para cada um sexo feminino. Em 1990, o número cresceu para 1,11. Dez anos mais tarde, em 2000, a relação era de 1,16 para um. Em 2010, o censo aponta crescimento: 1,18 menino para cada menina. Segundo o ministro da Saúde no país, o aumento da diferença na relação é atribuído a diversas causas, incluindo a preferência tradicional por filhos em vez de filhas, as práticas de organização para que o filho mais velho tome conta dos negócios da família e a prática ilegal de seleção genética e abortos planejados. (Da Redação)
FOTO: TOMASZ KOBOSZ
Algumas pessoas tiveram resultado do ultrassom diferente do exame de sangue
EXPERIÊNCIAS
Exatidão de resultado não acontece em todos os casos
Nova York. Raylene Lewis, 34, teve uma experiência frustrante com uma empresa que já não existe mais: a Acu-Gen, que garantia 99,9% de exatidão no teste sanguíneo.

Em 2005, após fazer o teste, Raylene montou seu enxoval com peças para um garoto. Na cidade onde mora, no Texas, contou para todos os seus amigos, montou o quarto e escolheu um nome. Algum tempo depois, quando fez o ultrassom, descobriu que o bebê, na realidade, era uma menina. A moça conta que não ficou insatisfeita com a notícia, mas "foi como se o meu filho homem tivesse desaparecido", afirma.

Quando a família reclamou para o presidente da Acu-Gen, receberam a seguinte resposta: "Temos certeza de que, geneticamente, você está tendo um filho homem". Na mesma conversa, o presidente afirmou que "o bebê podia parecer uma menina por fora, mas os resultados do teste mostraram o que ele tinha por dentro". O casal processou a empresa e, eventualmente, recebeu um reembolso. Os advogados da Acu-Gen não puderam ser encontrados para um depoimento.

Chelsea Wallace, 23, diz que ficou extasiada com o resultado do exame e, mais tarde, com a confirmação pelo ultrassom.

A moça, que já tem uma filha e mora na Flórida, nos Estados Unidos, diz que também teria ficado feliz com mais uma filha, mas como ela e o marido não conseguiam chegar a um acordo com o nome do filho a caminho, saber o sexo antecipadamente os deu mais tempo para deliberar. Além disso, o resultado os ajudou a planejarem a chegada do garoto. Segundo a mãe, assim que soube da gravidez, já queria saber o sexo do bebê.

A maioria dos testes com alto nível de precisão é realizada com pelo menos sete semanas de gestação e a partir do sangue das gestantes, e não da urina, o que, antigamente, gerava uma maior probabilidade de erro. (PB/NYT)
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