Homem Aranha é condenado a 48 anos de prisão

Foram mais de 10 horas de julgamento. Durante os debates, promotora afirma aos jurados: “Se Homem Aranha for solto ele vai cometer outros crimes. Ele é frio e calculista”
Homem Aranha é condenado a 48 anos de prisão
Geraldo Marcelino Moreira foi condenado a 48 anos de prisão pelo assassinato de Thaís e Natália
A sentença de Geraldo Marcelino Moreira, o Homem Aranha foi lido pelo Juiz José Venâncio por volta das 18h30 da noite desta quinta-feira (28/04).

Homem Aranha foi condenado a 48 anos de reclusão pelas mortes das meninas Thaís e Natália em 2002. 2/5 da pena deverão ser cumpridos em regime fechado. Geraldo Marcelino foi levado novamente para o presídio de Ipaba onde vai cumprir a pena.

Dentre os jurados foram quatro votos contra um, para a condenação do réu.
Agora a pena de 48 anos de Homem Aranha será somada a pena de 27 anos de condenação pela morte de Juliana Abdala. Parte da pena cumprida em regime fechado.

Um grande número de pessoas acompanhou a saída de Homem Aranha do Fórum desembargador Faria e Souza. Escoltado por agentes penitenciários, Geraldo Marcelino saiu de cabeça baixa e foi insultado por populares.

No término do julgamento o jornalismo do Super Canal conversou com Max Capella, assistente do advogado de defesa. Ele afirmou que ainda não sabe se a defesa irá recorrer da decisão. Max avaliou que o julgamento ocorreu de forma tranqüila, já que se esperavam manifestações maiores por parte da população.

O assistente do advogado relatou ainda que o resultado foi influenciado pela repercussão do caso. “Se tivesse acontecido o desaforamento, talvez o resultado tivesse sido diferente”, afirma Max.

Max explicou ainda que foram vinte e quatro anos de condenação para cada uma das vítimas. Vinte e dois pelos homicídios, e dois pela ocultação de cadáveres.

O jornalismo do Super Canal também conversou com a promotora Flávia Alcantra. Ela afirmou que os trabalhos foram satisfatórios e que nesta sexta-feira irá falar sobre o julgamento de Geraldo Marcelino.

MAIS DE 10 HORAS DE JULGAMENTO

28 de abril de 2011. Uma data para ficar na história de Caratinga. Todos querem saber como foi um dos julgamentos mais esperados dos últimos anos. Novas revelações... O que disse o promotor, responsável pela acusação do réu?  
Qual é a justificativa da defesa em uma história no mínimo intrigante? Ossos encontrados no quintal da casa dele, uma forte prova para quem acusa.

Quem retornou com as atividades do julgamento na parte da tarde, foi justamente a acusação. Em um período de uma hora e meia, a promotora Flávia Alcantra revelou aos sete jurados detalhes do processo. E usou a seguinte frase... “A RAINHA DAS PROVAS É A LÓGICA HUMANA”...

A promotora comentou sobre o que previa como argumentos de defesa, como alegação de que depois de desaparecidas as meninas Natália e Thaís foram vistas em outros lugares do país, ou que outras pessoas tinham acesso à Casa de Homem Aranha e que outra pessoa poderia ter cometido o crime. Mas encerrou os argumentos falando em tom mais forte aos jurados: “Ele foi visto perto da casa das meninas no dia dos fatos”, depois de analisar o processo, a promotoria ainda tenta convencer os jurados: “Se homem Aranha for solto ele vai cometer outros crimes. Ele é frio e calculista”.  

Depois de uma hora e meia, a promotora Flávia pediu condenação de pena máxima para homem aranha, 60 anos de reclusão. Trinta pelo assassinato de Thaís e 30 pelo assassinato de Natália.

Cara a cara com o Juiz, Homem Aranha continua negando os crimes e afirma: “Não são verdadeiros os fatos da denúncia”. Na época do crime, as meninas tinham 10 anos de idade. Homem Aranha afirma que não conhecia as meninas e nem a família e não explica como as meninas foram enterradas no quintal de sua casa. Geraldo Marcelino também nega qualquer envolvimento com a morte de Josiane Cristóvam, terceira ossada encontrada no quintal de sua casa. E mantém a versão dada ao Super Canal quando foi preso. Homem Aranha segue a tese da defesa, a negativa de autoria, utilizada pela defesa.

No salão do Júri, o defensor público Wanderson Parreira defende o réu afirmando que os indícios não comprovam que Homem Aranha é culpado e pede a absolvição do réu. 

A REAÇÃO DOS FAMILIARES DAS VÍTIMAS AO SABER DA SENTENÇA

Depois de lida a sentença, familiares afirmam sentir alívio e comemoram a condenação de Geraldo Marcelino Moreira. “Ele teve o que mereceu. Agora vai pagar por todos os crimes”, afirma uma das tias de Tháis.

“Não vai trazer as meninas de volta, mas vai pelo menos aliviar um pouco a nossa dor. Agradecemos a promotora do caso. Ela fez um excelente trabalho”, afirma outra tia de Thaís. 




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COBERTURA ESPECIAL: O PERFIL DE HOMEM ARANHA 



A PRIMEIRA CONDENAÇÃO

Um assassinato envolto por muito mistério levou a Polícia Civil de Caratinga ao encontro de Geraldo Marcelino Moreira, o Homem Aranha. A jovem Juliana Abdala desapareceu em dezembro de 2003 e seu corpo foi encontrado em uma mata em Caratinga, no dia 31 de dezembro do mesmo ano.

Em entrevista concedida ao Super Canal, o delegado responsável pelas investigações do caso, Welligton  Moreira, relembrou todos os passos do processo que terminou na acusação e posterior condenação de Geraldo Marcelino, 20 de outubro de 2003. Homem Aranha foi condenado a 27 anos de prisão.

Antes do desaparecimento da jovem, houve a informação de que o celular de Juliana havia sido furtado e que ela teria ligado para o autor do furto por algumas vezes e marcado um encontro para ter de volta o aparelho. Logo após este encontro, a jovem desapareceu.

O principal suspeito era Geraldo, já que estava com o celular da vítima. O delegado recorda que chegou a ligar para o número e um homem atendia as ligações, mas se identificava com um nome falso.

Dias depois, Geraldo Marcelino foi conduzido à delegacia por um outro delito. Foi quando o delegado reconheceu a voz do autor e iniciou um interrogatório sobre a morte de Juliana. Ele negou, mas após horas de investigação decidiu levá-lo até o local onde estava o corpo, mas ainda negando a autoria do crime. Até que se cansou de manter uma versão tida pela Polícia como falsa e confessou ser o autor do assassinato, justificando o crime dizendo ter sido ameaçado de morte por Juliana.

Partes do seu corpo foram encontradas na mata. O desespero de Homem Aranha a um comentário de um policial foi marcante e determinante par que a  Polícia desconfiasse de que este não teria sido o único assassinato cometido por ele.


Geraldo foi indicado pela morte e ocultação de cadáver. Em 20 de outubro, em seu primeiro julgamento ele foi condenado pelo assassinato de Juliana, morta aos 26 anos de idade. 





NOVA SUSPEITA DE ASSASSINATO

Frio, tranqüilo, calculista, segundo o delegado Wellington Moreira estas são algumas das formas de definir Homem Aranha. Ela destaca que a elucidação do caso Juliana foi determinante para o processo de investigação do desaparecimento das crianças Natália e Thaís. 
De acordo com o delegado, durante o encontro do cadáver de Juliana ele se manteve tranqüilo. Apenas um comentário o deixou bastante nervoso e desconsertado. O policial que acompanhava o caso disse: “este é um pé de uma criança, jovem. Você deve ter ligação com o desaparecimento das crianças, não?!” A reação de Geraldo foi o bastante para que a Polícia o colocasse como principal suspeito, também tendo em vista as denúncias acerca do acaso. 


O DESAPARECIMENTO

Silvana da Silva Moraes, mãe de Natália . Simone tia de Thaís. Duas famílias distintas que por cerca de dois anos vivenciaram a dor da falta de informação, a saudade e a esperança em do reencontro Duas crianças de 10 anos de idade. Desaparecidas. Tentativas de buscas em vão.Até que o fim da angústia se tornou uma decepção, quando as ossadas das crianças foram encontradas no quintal da residência de Homem Aranha.

Após a descoberta, um novo interrogatório. A versão de Homem Aranha mudou e ele contou a história de um acidente à beira da estrada, que tinha no carona as crianças. No acidente, as meninas morreram afogadas, já que o veículo caiu em uma ribanceira e, em seguida, em um córrego. Segundo destacado pelo delegado Welligton, a história um tanto quanto desconexa apresentada pelo autor, ainda destacava que após o acidente ele colocou os corpos das crianças à beira da estrada, retornou a sua residência e depois voltou ao local do acidente, transportou os corpos para uma mata próxima a sua residência e temendo represálias, decidiu enterrá-las. 

A versão não convenceu a Polícia Civil. Que concluiu o inquérito indiciando Geraldo Marcelino pelo crime de homicídio e ocultação de cadáver.  






TERCEIRA VÍTIMA EM INVESTIGAÇÃO


Mas um mistério ainda pode estar atrelado á historia de Geraldo Marcelino. O desaparecimento de Josiane karine Cristóvam Fernandes, em novembro de 2002. Na época a adolescente tinha 18 anos de idade.

Uma terceira ossada foi encontrada no quintal da residência de Homem Aranha. Na época, o material foi encaminhado à superintendência da Polícia Técnica e Científica do Instituto de Criminalista de São Paulo, o exame de DNA comprovou que dois dos restos mortais eram de Thais e Natália, já a terceira ossada deixou a dúvida no ar. Os corpos iriam passar por uma nova análise, mas posteriormente, o caso não mais foi comentado na cidade.

Nossa equipe de jornalismo entrou em contato com a equipe de Perícia Técnica da Polícia Civil nesta quinta-feira afim de obter informações sobre o processos. O atual delegado de homicídios, Almir Lugon, confirmou que o caso segue em processo e destacou que Homem Aranha deverá responder por um terceiro processo de homicídio.



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